08 novembro, 2008

Mediunidade de Transporte - Parte 1

Devo começar este post esclarecendo que nunca dei muito crédito a romances espíritas. Mas o que descrevo aqui é uma experiência a qual passei e que me mostrou que o que consta nos romances está muito além de uma boa imaginação daquele que escreve. Esta semana meus pré-conceitos foram postos em cheque de uma maneira como nunca aconteceu e descobri que realmente há muito mais coisas entre o céu e a terra que possa supor nosso ceticismo vão - parafraseando Einstein.

Às segundas-feiras, no centro em que eu inicio essa jornada mediúnica, temos uma seção de mesa de irradiação que precede ao atendimento de consulta com pretos velhos. Neste início de novembro, ao chegar no centro para esta seção recebi a mensagem de meu Preto Velho avisando que eu seria chamada para meu primeiro trabalho. Lógico que não acreditei e não dei bola, pois é de praxe na casa que novos médiuns não trabalhem, apenas desenvolvam e contribuam com a corrente doando energia.

Entrei no centro, fiz minhas firmezas, troquei minha roupa e subi para a abertura dos trabalhos. Todos a postos e feitas as firmezas de abertura da gira, sentamos a mesa para começar os trabalhos. Neste trabalho não há incorporação, mas apenas irradiação e orações e prol de encarnados que necessitem de ajuda e desencarnados que precisem ser orientados.

Mal sentei a mesa e feitas as orações iniciais, senti uma fraqueza estranha e coisa de segundos eu estava em um local onde pessoas de branco caminhavam de um lado a outro. Lembro-me bem de um homem muito gordo, negro do tipo bonachão que estava sentado em um banco. Foi quando me mostraram a foto. Foto de documento, antiga, um homem de uns 40 anos de cabelo com gel e um bigode fino, rosto triangular.... Foi quando eu caí de volta para a mesa e me dei conta que toda a primeira parte da seção de mesa já havia se passado. Abriram a segunda parte, onde as orações são direcionadas a desencarnados e eu fiquei sem entender direito o que tinha acontecido.

Passada a seção, chega a hora das consultas, para quem trabalha atendendo, e de desenvolvimento para nós novatos. Heis que logo de início comento com um amigo meu o ocorrido e ele comenta que já viu o mesmo homem gordo que eu vi. Supus se tratar de algum espírito que trabalha na casa. E para mim essas coisas pareciam ainda loucas demais para serem entendidas, eu e meu ceticismo. Ao ver a conversa, meu padrinho - um caboclo muito bom diga-se de passagem - veio me chamar a atenção e solicitou que eu colocasse meu preto velho em terra. Atendi prontamente.

Ao chegar em terra, pensei que ele me esclareceria o acontecido e de fato esclareceu. O que aconteceu na mesa foi que me chamaram para um trabalho. O homem da foto era um espírito desencarnado em situação complicada que precisava de oração direcionada e que não tinha o seu nome na mesa. Pelo fato de meus guias fazerem este tipo de trabalho, eu fui usada para receber este comunicado e direcionar as minhas orações a este espírito como meio de auxiliar os meus guias e guias da casa.

O Preto Velho, portanto pegou a cruz de sua guia e firmou comigo orações direcionadas a este homem pela imagem da foto que havia ficado em minha cabeça.

Dei o caso como encerrado e nada comentei.

Após os trabalhos percebi minha criança muito próxima, mas não pude dar passagem, pois dias de segunda feira crianças não podem trabalhar. Ainda mais as crianças de médiuns novos. Ser médiun novo no terreiro é ter milhões de olhos de vigia.... rsrsrs

Terminada a seção, fui para casa normalmente, sem dar muita atenção ao que havia ocorrido naquela segunda.

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