15 março, 2008

A Preta Velha.....

Vovó veio trabalhar comigo com uma missão. E desde que ela chegou minha relação com a mediunidade se tornou mais fácil.... Ainda tem coisas que me confundem, mas estou aprendendo, com a ajuda dela, a lidar com essas coisas....

A característica mais marcante da minha mediunidade é a intuição. Tão forte que posso travar verdadeiros diálogos mentais com esses guias. No início, quem falava comigo era um preto velho. Esse preto velho não pode incorporar agora por ser um espírito muito antigo, que me acompanha faz muito tempo, e é de difícil incorporação.

Por isso a Preta Velha foi encarregada de cuidar de mim nesse início de desenvolvimento, coisa que, diga-se de passagem, faz muito bem. Ela consegue driblar meus medos com leveza, e sacia a minha curiosidade me passando explicações preciosas sobre as coisas!

A primeira vez que a percebi, foi dessa forma: intuição.... Estava eu, na gira quando percebi uma energia muito boa por perto que nunca havia notado. E em seguida percebi um riso, mas de alegria por eu haver notado aquela presença! E logo veio: “ agora falta você saber se sou menino ou menina!”. Isso foi o que percebi logo na primeira vez que consegui dar passagem a essa energia. Era um Preta Velha, muito boa, e que rapidamente conquistou a minha confiança!!!

Como sempre fui freqüentadora assídua de cachoeiras, não foi difícil saber que se tratava de uma Guia na vibração de Oxum. Quando ela ia embora era como se eu tivesse tomado um IMENSO banho de cachoeira..... e foi assim que descobri que a energia dos orixás é a mesma presente nos locais que os representam.

Em resumo, a energia que emana de um orixá é a MESMA que emana do local, e é por isso que aquele local e não outro o representa.

Esse também se tornou uma dos pontos que me fez amar aquela presença.... ter a sensação de cachoeira sem pisar em uma..... Ela me acalma de tal forma que parece que estou fora de rotação. Tudo de repente é mais belo e mais leve quando e depois que estou com ela. Meu “personal lexotan”!

Mas não foi só isso que aconteceu quando a vovó chegou, e nem se resume na questão das energias, o aprendizado que tive com ela.

Todas as vezes que ela vinha, ela sentava pacientemente num banquinho e me dava passes..... Muitos passes em pontos específicos e dizia que “tem que abrir esse canal aqui” e passando a outro local “esse aqui também”. Percebi que os “canais” eram os mesmos pontos indicados como Chakras, mas me foram apresentados de forma muito mais simples que nas milhões de apostilas que baixei sobre o tema. Sem contar, que a prática do desenvolvimento que a vovó começou, me fez entender de forma, igualmente, prática a funcionalidade de cada um dos pontos. Mas sempre, sempre, as explicações vinham de forma simples.

Outra coisa importante também: não demorou que ela me pedisse um rosário, que consegui com muito carinho! E me ensinou a rezar. Eu que nunca cultivei o hábito da oração, sou constantemente “posta de castigo” no banquinho a rezar com ela. Mas mesmo a atividade da oração, que na época da escola de freiras me parecia a mais tortuosa das atividades, ela conseguia tornar leve, cantando vez ou outra um ponto que eu escolhia!

Eu que nunca fui religiosa, rapidamente me apeguei aquele rosário que é hoje o ponto de firmeza e comunicação com essa Velha. É ao rosário a quem recorro quando estou confusa, ou quando as coisas não parecem bem. Vindo de uma ex-cética, essa mudança de conduta é muito radical!

Mas é como costumo dizer: das primeiras coisas que percebi ao ingressar nessa “aventura”, foi uma completa mudança da forma de vida e na forma de ver o mundo.

Saber que posso encontrar oxum na cachoeira, no sentido literal. Saber que a energia que sinto no terreiro posso buscar fora dele! Aprender a rezar! Aprender a olhar os rosários com amor, como um ponto fundamental nessa relação de amizade nova que se estabelece....

Essa amizade é que me faz agradecer todos os dias a esse encontro que tive com a religião, pois ganhei um presente. Um presente belo e valioso e, com certeza, muito mais duradouro que essa vida curta que temos aqui. Pensar nisso me faz mais feliz!

Salve essa Velha gentil e zelosa! Doce como as águas da cachoeira....

Um comentário:

carlos disse...

simplesmente maravilhoso sua narrativa ,, que DEUS nosso pai te ilumine por toda vida e alem dela