25 março, 2008

Desafios....

Mediunidade é coisa séria. Não se pode brincar, nem tampouco tratar de forma leviana o contato que podemos ter com o outro lado. Sempre que tratamos deste tema, algo muito sério é posto em questão: A nossa cabeça, mente, sanidade mental. Há o lado mágico de ter acesso a algo profundamente misterioso a nós, a coisas belas e sentimentos nobres e puros... mas sem equilíbrio a mediunidade pode gerar um caos...

Por essa razão, assim que as coisas começaram a tomar "forma" cuidei de procurar uma orientação adequada. Caminhei numa busca às cegas, tendo somente minha intuição como guia. Dei sorte, pois na primeira casa que entrei tive uma sensação muito boa! Algo familiar que me lembrava algo longínquo e que me fazia perder noção de tempo e do que eu estava buscando ali. Certa vez, ainda na assistência, demorei a notar que me chamavam e que já tinha chegado a minha vez na consulta!

Devo dizer que encontrei lá um grande amigo, a quem tenho como orientador e professor.

Mas o interessante da história, é que quando comecei o período prévio a entrada efetiva no corpo mediunico da casa, um Preto velho me perguntou o que eu esperava da umbanda. Eu ainda estava tonta com tantas novidades belas, e tantas descobertas impressionantes, não soube responder... e acho que ainda não sei exatamente, mas hoje eu diria àquele preto velho que meu principal objetivo é me entender!!!

Mais interessante nessa jornada, é que a cada dia que passa eu entendo algumas coisas e desentendo tantas outras.... equilíbrio é coisa difícil de adiquirir. No meu caso em especial, tudo acontece em minha mente. Na maior parte das vezes recebo intuições, vozes que falam em minha mente independente de minha vontade. Algumas vezes elas repetem sem cessar até que eu me dê conta do que se passa. Dessas vozes, algumas eu já conheço a origem. Mas ainda desconfio...

Muitas vezes a sensação de estar ficando louca, e o medo são perturbadores.

O segredo dessa sensação, origem e causa única dessa sensação de medo e loucura está na palavrinha que meu professor sempre repete: confiança! Creio que só no momento em que eu me desarmar, e confiar na veracidade das informações que chegam a mim, é que esse equilíbrio será completo!!! Mas como é difícil confiar no que não vemos! Como é complicado distinguir o que vem e o que não vem de nós mesmos!!!

Certa vez um caboclo, muito bom, por sinal, me falou que meu caminho seria ao contrário! Fiquei chocada, perplexa me questionando porque quase tudo na minha vida parece ser ao contrário! A resposta veio da seguinte forma, a mando de uma preta velha: "porque ninguém caminha com a perna do outro." Bom, meu caminho é esse. O equilíbrio esperado depende menos do tratamento dos canais mediúnicos, ou mesmo da afinidade com alguns guias, mas depende única e exclusivamente de mim!!! Tenho que ter auto-controle na minha desconfiança, não deixar que isso me atrapalhe. Tenho que acreditar, ter fé, essa palavrinha que parece tão simples, mas que pra mim é um mistério insondável!!!

Principalmente, tenho que me convencer de que a razão não dá resposta para tudo. Tenho que me convencer de algo que meu coração já sente, mas que minha mente censura: de que há coisas que nenhuma racionalidade alcança e explica, mas que só podem ser sentidas mesmo!!! Eu vivo um duelo diário.... entre o que eu sinto e o que eu penso. entre o que eu percebo e o que eu acho que devo acreditar....

Não sei o que falta, mas pelo menos hoje consigo sentar e fazer essa avaliação. Já é um grande passo!!!




Um comentário:

Okuma disse...

Oi Aruane,

Show de bola como você explica seu seu relacionamento com a espiritualidade, consigo imaginar as cenas a medida que vc narra os textos.
Se contato com as entidades demonstra tanta clareza no dialogar que consegui imaginar como se comporta quando uma entidade encosta no Médium.
- Permita-me usar seu texto para divulgar à algumas pessoas inciantes na Religião? (obviamente vou citar a sua autoria)
- Gostei muito também sobre o texto "XANGÔ DO ORIENTE"

parabéns!!!