06 março, 2008

Descoberta.....




Um dia, enquanto buscava a cachoeira na mata, percebi uma voz. Mas uma voz que só eu podia ouvir. Uma voz que não era minha, mas falava como pensamentos. Reclamava por respeito a mata, por respeito a sua presença. Muita gente passava ali e nem se dava conta de que ele estava ali....

“Ele”? Descobri depois se tratar de um guardião. Um guardião que se tornou um amigo e que me guiava e me auxiliava avisando se a caminhada era aconselhável ou não.

Aqui no Rio de Janeiro, algumas áreas de matas ficam próximas a favelas e são frequentemente usadas como rota de fuga de traficantes. O caminho para a cachoeira não era diferente. Poucas pessoas iam lá em busca de diversão como eu fazia. E dessas poucas pessoas, pouquíssimas iam bem intencionadas como eu. Minha busca pela cachoeira era busca da tranqüilidade. Não era preciso me banhar lá para que tudo se tornasse mais calmo e claro em minha mente.

Algumas poucas vezes eu me banhava em busca de uma proximidade maior com a energia do lugar. Sempre vi as matas como um templo! Sempre notei como se mil olhos me vigiassem, mas não pensava que esses mil olhos fossem reais....

Esse Exu foi o primeiro despertar que tive para esse contato. Não era uma entidade que trabalharia comigo, mas se tornou um amigo zeloso em minhas caminhadas. Depois dele outros habitantes daquela mata se mostraram, mas sem ter a mesma proximidade deste Exu.

Certo dia, ao chegar à cachoeira, pude ver uma bela mulher, com vestido lilás e azul bem escuro.... Cabelos negros cacheados, morena.... Uma bela imagem!!! Entendi naquele momento que a cachoeira tinha dona, e que eu deveria pedir licença para usufruir o que ela podia me trazer de melhor! Semanas depois, um pouco atordoada com questões de trabalho, fugi uma manhã até lá. Pedi muito para que aquelas águas me limpassem e me energizassem, me restaurasse para que eu retornasse a minha casa mais bem disposta ao trabalho! Quando cheguei na queda d’água um belo arco-íris me recebeu! Entendi que meu pedido estava sendo atendido. Me banhei, agradeci e segui meu caminho bem mais leve!

A primeira vez que retornei a cachoeira, já depois de ingressar no desenvolvimento madiúnico e sabendo que essas impressões aqui narradas não são tão triviais quanto parecem, fui recebida por uma bela borboleta que depois de dar 3 voltas ao meu redor quis pousar em mim.... sinal que eu era bem vinda naquele espaço.

Toda essa narrativa, parece de uma simplicidade imensa, não? Parece, muitas vezes que quando enveredamos pelas sendas do espiritualismo, temos que encontrar o fantástico, muitas vezes expressos por teorias sofisticadas e pouco compreensíveis. Muitas vezes não percebemos que este “fantástico” é diário, e acontece nos pequenos detalhes.... O mistério é diário para quem tiver olhos puros para enxergar!!!

Por isso, sigo ao lado da velha de Oxum, que ajuda a clarear meu olhar sobre as coisas.....

Um comentário:

Unknown disse...

Maravilhosa essa descrição na cachoeira...me trouxe um alento muito forte, um freescor umido de fé de mamãe oxum...vc curumim pode até ser criança, mas uma criança mágica, um ere, q com suas palavras trs a cura

Deus te abençoe!