06 março, 2008

Começo

Tudo possui um começo impreciso. É ilusão pensar que cronologicamente podemos alcançar o início das coisas. O que há na realidade é mutação, transfiguração das passagens temporais, épocas e culturas.

É entendendo a ordem das coisas no mundo como transfiguração das imagens impressas na matéria que entenderemos como o amor, surgido entre uma índia e um negro, fez o hábito do negro deitar-se em esteiras nas Senzalas para descansar seu corpo sofrido. E que foi ao deitar sementes à terra em plantação, que o homem fez nascer o louvor ao mistério das coisas.

Quando o índio pode ver a força do negro em resistir pacificamente às humilhações brancas, é que se transfigurou neles o verdadeiro sentido de luta. E foi na compreensão da diversidade e adversidade, que se constituiu o conceito de solidariedade.

Mais ainda, quando o homem compreendeu o mau que pode fazer a si mesmo, independente de cor, cultura ou sexo, é que se instituiu o sentido da caridade!

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